Na linguagem comum dizemos que quando uma pessoa levou uma pancada na cabeça, está sob efeito de anestesia ou dormindo, ou ainda pratica ações habituais ou automáticas agiu de modo inconsciente.
Em geral associamos inconsciente ao lugar onde ficam as recordações ou lembranças quando não estamos pensando nelas, ou seja, imaginamos que seja o inconsciente seja um depósito das coisas esquecidas, onde ficam armazenadas as contas, cifras, as combinações de números, etc...
Uma definição mais romântica de inconsciente seria: o inconsciente é o reino dos pensamentos, desejos e ações vagas, não claramente conhecidas nem completamente admitidas.
Do ponto de vista psicológico, contudo, o inconsciente é um termo que tem, pelo menos, dois significados distintos: a) Lato sensu, representa o conjunto dos processos mentais que se desenvolvem sem intervenção da consciência. Aqui, alguns autores preferem utilizar o adjetivo não-consciente; b) Stricto sensu, ele provém da teoria psicanalítica e designa uma forma específica de como o inconsciente Lato sensu funciona.
O certo é que o inconsciente define um conjunto de fatos e processos psíquicos de natureza insondável, misteriosa, obscura, de onde brotam as paixões, o medo, a criatividade e a própria vida.
Para entender melhor esse conceito, é necessário verificar como foram formulados por Freud e Jung.
Para Sigmund Freud existem três níveis de consciência: a) o consciente, que abarca todos os fenômenos que em determinado momento podem ser percebidos de maneira conscientes pelo indivíduo; b) o pré-consciente, que se refere aos fenômenos que não estão conscientes em determinado momento, mas podem tornar-se conscientes, se o indivíduo desejar se ocupar com eles; c) o inconsciente ou subconsciente, que diz respeito aos fenômenos e conteúdos que não são conscientes e somente sob circunstâncias muito especiais podem tornar-se conscientes.
Para Carl Gustav Jung o pré-consciente seria o conjunto de processos psíquicos latentes, prontos a emergirem para se tornarem objetos da consciência, enquanto que o subconsciente seria explicado pelos conteúdos que estivessem aptos a se tornarem conscientes. Já o inconsciente seria uma esfera profunda e insondável.
Jung separou o inconsciente em pessoal, desvelado anteriormente por Freud quando da formulação de seus conceitos psicanalíticos, do inconsciente coletivo.
Este, para Jung, é a camada mais profunda da psique, a alma ou espírito humano, e é constituído pelos materiais que foram herdados, nele residindo os traços funcionais, tais como as imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos.
O inconsciente coletivo tem sido compreendido ainda como um arcabouço de arquétipos, expressão cunhada por Jung e que significa a forma imaterial pela qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar. Jung usava este conceito quando queria se referir às estruturas inatas, congênitas, que servem de matriz para a expressão e desenvolvimento da psique.
É de notar, por fim, que o id (princípio do prazer) é completamente inconsciente porque desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral, sendo exigente, impulsivo, cego irracional, anti-social, egoísta e dirigido ao prazer, enquanto o ego (princípio da realidade) e o superego (parte moral da mente humana) possuem porções inconscientes.
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