O que vou escrever você não encontrará na Wikipédia. Aqui, vou comentar a leitura do Livro Primeiro, do livro A Política, deste escritor, tão referido pelos nossos pseudos intelectuais.
Neste Livro Primeiro, Aristóteles apresenta uma série de conceito e generalizações ultrapassados e sem validade nos dias de hoje, especialmente sobre escravidão, prevalência do macho, subserviência da mulher, incompletude dos filhos, sobre economia, sobre a arte de enriquecer, etc...
Para não ficar no abstrato, leio por exemplo: “O macho é mais perfeito e governa; a fêmea é menos, e obedece.” Ou ainda: “Há na espécie humana indivíduos tão inferiores a outros como o corpo o é em relação à alma, ou a fera em relação ao homem; são os homens nos quais o emprego da força física é o melhor que deles se obtém.”
Usando a maiêutica de Sócrates, também por ele criticado neste Livro, pergunta-se:
a) Porque não se entrega antes o governo à fêmea e depois se verifica se ela é mais ou menos perfeita que o macho?
b) Porque não se dá ao homem com força física a oportunidade de mandar e depois se verifica se ele realmente só serve para o emprego da força física?
Não é preciso meditar por muito tempo para encontrar a resposta. Na verdade, Aristóteles apresenta uma habilidade imensa de elaborar analogias e generalizações. Para ele, a parte sempre deverá apresentar os atributos do todo, sem exceção.
O pensamento aristotélico predominou até, pelo menos, 1640, sempre apoiado nas muletas da igreja católica que lançava ao fogo homens que ousavam pensar de modo diferente dela, como por exemplo, Girdano Bruno.
Esse tipo de pensamento, totalmente retrógrado, prevaleceu por tanto tempo, mais de 1500 anos, somente porque atendia os interesses das classes dominantes mancomunadas com a igreja.
A leitura de Aristóteles vale apenas como uma recapitulação da história e ele também não deixa de ter seus méritos, na medida em que foi um dos primeiros cientistas que tentou consolidar, registrar e explicar o conhecimento humano existente em sua época.
Portanto: aprecie sua leitura com moderação e reflexão.
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