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▪ PATRÍCIO (BRAS) S.m. DES - Trata- mento cerimonioso dado antigamente a um conterrâneo ou compatriota (SL).
▪ PATRÃO (BRAS) S.m. - Dono de estân- cia (JH, SL, RG, EV). // Proprietário de um negócio ligado às lides rurais (SL, RG, FE) [também no Uruguai e na Ar- gentina: PLAT: patrón (PVRC, VCOR)]
▪ PATRÍCIA (BRAS) S.f. DES - Tratamen- to cerimonioso dado antigamente a uma conterrânea ou compatriota (SL).
▪ PÁTIO (BRAS) S.m. - Lugar de uma casa, geralmente localizado aos fun- dos, dispondo de espaço para um ga- linheiro, uma horta e algumas árvores frutíferas. // Numa escola, lugar desco- berto, destinado ao recreio dos alunos. // Espaço de uma estância ou de uma construção rural – cercado e isolado – geralmente considerado de intimidade familiar (AD, FE) [voc. us, como PLAT: patio (DESU, NDUR, VCOR)].
▪ PATIFE (BRAS) Adj. - Canalha, safado, velhaco. Diz-se de quem não tem ca- ráter, sendo – por isso –capaz de pati- farias, atos moralmente condenáveis.
▪ PATAVINA (BRAS) Pron. - O mesmo que nada, coisa nenhuma.
▪ PATACÃO (BRAS) S.m. ANT DES - An- tiga moeda de prata, no valor de dois mil réis – e que, grande e pesada, era us. pelos campeiros pampeanos para enfeitar seus cintos e →rastras (SL, RG) [Também no Uruguai e na Argentina: patacón (PVRC, VCOR, VRDG)]. // Us. num juramento en- fático: por Deus e um patacão! (o mesmo que por Deus!).
▪ PATACA (BRAS) S.f. ANT DES - Moe- da antiga, de prata, no valor de 320 réis ou 16 vinténs (SL). // Us. na expr. meia pataca (coisa de pouco valor) [Também no Uruguai e na Argentina: pataca (DRAE. VRDG)].
▪ mas preferido por animais ovinos; o pasto-das-roças (Paspalum urvillei) e o pasto-dos-banhados (Ischae- mum urvilleanum) que vegetam em terrenos específicos: o primeiro, em espaços limpos e roçados; o segundo, em alagados e baixos; o pasto-for- rageiro (Bromus unicoloides), que, colhido no campo, é us. preferente- mente na preparação de forragem; o pasto-treme-treme (Briza virens), de efeito apenas decorativo, por sua leveza e colorida movimentação ao vento. // Pl. - pastos. Os mais variados tipos de vegetais que, com as gramí- neas e certas leguminosas, ocupam a cobertura não arbórea dos campos.
▪ PASTO (BRAS) S.m. - Nome dado pe- los campeiros sul-rio-grandenses à grama ou capim que cobre os campos da região pampena do Rio Grande do Sul (AL, JH, AD). Essa grama é prin- cipalmente dos gêneros Panicum e Paspalum, de espécies variadas, de variada importância na alimentação dos animais e na cobertura das áreas de pastagens. # São reconhecidas por denom. comuns: o pasto-dos-cam- pos (Agrostis alba), que viceja todo o ano, alastra-se e deita raízes em vol- ta, sendo confundido com qualquer outro parecido; o pasto-forquilha (Paspalum notatum), o pasto-pata- de-galinha (Panicum sanguinalle), o pasto-meladinho (Panicum maxi- mum), muito fáceis de identificar, por seus aspectos particulares, e que são os mais apreciados pelo gado; o pasto -alfombra (Axonopus compressus), de ampla disseminação territorial, na forma de tapete vegetal; o pasto-de- qua-resma (Cynodon dactilon), tam- bém chamado de pé-de-galinha ou confundido com o pata-de-galinha; o pasto-doce (Paspalum distichun), muito confundido com o meladinho; o pasto-perene (Sectaria caespitosa), sempre confundido com o pasto-dos- campos; o pasto-cevadilha (Bromus unioloides), muito próprio para pas- tagens artificiais; o pasto-mimoso ou capim-mimoso (Agrostis montevi- densis) e o pasto-gordura (Panicum melines) ou capim-gordura, ambos de alto teor alimentar, apesar de serem chamados apenas e geralmente de capim; o pasto-de-ovelha (Paspalum pumilum), confundido com os outros,
▪ JH, PA, AF, SL, RG, FP, CM) [voc. us. c/ PLAT: parejero (DESU, NDUR, NVCR, VCOR, VRDG)].
▪ PARELHEIRO (BRAS) S.m. - Cavalo corredor e veloz, utilizado em car- reiras campeiras (BH, HA, DS, EC, AL,
▪ PARELHEIRA (BRAS) S.f. - V. co- bra. l OBS: a cobra-parelheira não deve ser confundida com a canina- na (Spilotes pullatus) e a papa-pinto (Drymarchon corais) – aquela, três vezes maior e de coloração parda com manchas azuis; esta, com o do- bro de seu tamanho e de dorso par- do-escuro – ambas muito raras ou praticamente inexistentes em toda a campanha sul-rio-grandense.
▪ PARELHA (BRAS) S.f. - Conjunto de dois animais (SL) ou de duas pessoas [voc. us. c/PLAT: pareja (DEDA)]. // Pa- ralelo, comparação, confrontação (SL).
▪ nho de um tico-tico (15cm) – pardo, de bico negro, a cabeça cinza com mancha preta na garganta e lados es- branquiçados – de grande difusão em quase todas as regiões do Rio Grande do Sul, especialmente em áreas urba- nas. l OBS: o pardal, que é a segunda ave mais numerosa do mundo (perde apenas para a galinha doméstica, em quantidade de indivíduos) foi trazido para o Brasil no início do século XX, e solto no Rio de Janeiro, com a apro- vação das autoridades sanitárias. No Rio Grande do Sul, onde encontraria excelentes condições de ocupação e expansão, o pardal chegou entre 1910 e 1923, segundo consta, pela mão do político e líder ruralista rio-grandense Francisco Antonio de Assis Brasil (o qual teria repetido no Estado um feito de Domingo Sarmiento, introdutor do pássaro na Argentina). Mas o par- dal, embora contribua para a limpe- za das cidades, eliminando insetos e alimentando-se de detritos, revelou- se daninho à agricultura, especial- mente à horticultura. Em 1957, por portaria do Min. da Agricultura, o pardal foi colocado em primeiro lugar numa lista de animais noci- vos que deveriam ser combatidos e exterminados. Nenhuma medida governamental, contudo, chegou a ser tomada – até porque houve cla- ro exagero na oficialização da noci- vidade desse pássaro.
▪ PARDAL (BRAS) S.m. - Pequeno pás- saro de origem europeia, da fam. plo- ceídea (Passer domesticus), do tama-
▪ PARCEIRO (BRAS) S.m. - Tratamento amistoso dado a pessoa muito íntima ou com a qual se divide uma ativida- de (SL). // Participante de uma →par- ceria, num jogo de cartas ou numa atividade em grupo. // Sócio, compa- nheiro, comparsa, num negócio.
▪ aves (o bucho, onde são depositados, no início da digestão, os alimentos ingeridos). // Conversa, diálogo, troca de ideias (o mesmo que bate-papo). // Manifestação exagerada de vaida- de, autoelogio e promoção pessoal. u FRAS: estar no papo (grande facilida- de para ganhar ou obter algo); ficar de papo pro ar (descansar, desligar- se de algo); ter papo (demonstrar afe- tado conhecimento de algo).
▪ PAPO (BRAS) S.m. - Proeminência do pescoço de seres humanos (decorren- te de doença, chamada bócio) e de
▪ PANGARÉ (BRAS) S.m. - Dito de ca- valo mais claro que o douradilho, como que leonado, mas com as par- tes inferiores do corpo – a partir do focinho e até as virilhas – esbranqui- çadas, de tom bem mais apagado que o das partes superiores (DS, PA, AD, AM, SL, AJ, DA, FE, CM). || Adj. - Dito do pelo desse tipo de cavalo.
▪ PANDORGA (BRAS) S.f. - Brinquedo infantil, também chamado de pa- pagaio ou pipa, no resto do Brasil (EV) – e de cometa, no Uruguai e na Argentina. É recortado e constru- ído em papel fino, de duas ou mais cores, colado numa armação leve e geométrica, de varas de taquara, que se pode elevar no ar – e nele perma- necer – quando presa e puxada con- venientemente por um longo cordão (a linha), e equilibrada ao vento por uma comprida e estreita porção de pano pendente (o rabo) || Adj. - Diz-se de quem é pateta, abobado: desaten- to, desligado da realidade.
▪ da Argentina (de Buenos Aires a Cor- rientes), todo o território do Uruguai, além da metade Sul do Rio Grande do Sul, chamada de modo amplo de campanha sul-rio-grandense (DS, JH, AM, SL, DA, RG, FP, IP). l HIST: nessa região da América austral ocorreu, de forma rara, uma extraordinária proli- feração de gado nos campos e, desde o séc. XVII, desenvolveu-se ali a prá- tica da captura de animais bovinos e equinos, seguida da criação extensiva desses animais, de modo a que se for- jasse nessas atividades, com seus cos- tumes, usos e particularidades, uma figura humana característica da vida pampeana e campeira: o gaúcho, tipo original e único entre os pastores de gado de todo o mundo. // Nome dado a um tipo de gado – de pelo averme- lhado e cabeça branca – que predo- minou nos campos até que se desen- volvesse a criação extensiva, com a introdução de raças europeias nos pastos. // Nome dado ao gado da raça Hereford, de cabeça branca e corpo marom avermelhado. // Pl. pampas – índios do Sul argentino [também no Uruguai e na Argentina: pampa, la pampa e pampas (DESU, DVEA, NDUR, NVCR. PVRC, VCOR, VRDG).
▪ AMPA (BRAS) S.m. - Grande extensão de campo raso e plano, com pou- ca vegetação arbórea, constituído principalmente por pastagens e ca- racterístico da região meridional do Rio Grande do Sul. O pampa todo, entretanto, ocupa as planícies domi- nadas pelo rio da Prata e seus afluen- tes imediatos, tanto em território ar- gentino e uruguaio como brasileiro. Compreende as províncias litorâneas
▪ PAJADOR (PLAT) S.m. - Cantor e po- eta popular que participa de pajadas (BH, HA, AL), sendo capaz de impro- visar versos, em desafios e a contra- ponto, sobre temas dados – e que, antigamente, cantava em → pulperias e festas campeiras. AME: payador (DEDA, DESU, NDUR, PVRC).
▪ PAISANO (BRAS) S.m. - Homem do campo (BH, EC, AL, JH, JV, SL, RG, FP, EV). // Patrício, compatriota, conterrâneo. // Civil (em oposição a militar). // For- ma de tratamento us. pelos campeiros pampeanos na conversação com um desconhecido – o mesmo que →amigo [voc. us. c/PLAT: paisano (VCOR)].
▪ PAIAÇO (BRAS) S.m. - Forma deturpa- da de palhaço (AJ) [r/us.].
▪ PAGO (BRAS) S.m. - Lugar da cam- panha sul-rio-grandense que serve de referência à vida de um campei- ro pampeano (SL). É o lugar de seu nascimento ou onde ele vive ou onde ele tem os seus afetos (RG) [voc. us. c/PLAT: pago (VCOR, NVCR, PV RC)]. O mesmo que →querência (BH, DS, EC, JH, AD, JV, AF, SL, DA, RG, FP, FE). // Também us. no Pl.: pagos – a signifi- car pagamentos (HA); ou pagos - com o mesmo sentido Sing. de pago, lugar (JH, PA, JV, DA, FE, CM).
▪ Pl. - padrinhos. Aqueles que testemu- nham e acompanham a ocorrência de um nascimento ou casamento. // ANT DES - Aqueles que testemunham, em nome das partes, um duelo ou desafio.
▪ PADRINHO (BRAS) S.m. - Aquele que apadrinha, que faz apadrinha- mento, na condição de protetor e/ ou defensor de alguém ou de uma causa. // Aquele que batiza, numa Igreja, uma criança, tornando-a sua afilhada, na religião correspondente. // Aquele que, montado, acompanha e ajuda um domador em sua tarefa. //
▪ PACHORRA (BRAS) S.f. - Indolência, lentidão, vagareza.
▪ PACHOLA (BRAS) S.m. - Indivíduo alegre e divertido, mas presumido, presunçoso, pedante – quase sempre excessivamente ataviado no trajar e ostentando uma elegância duvidosa (SL, FP, CM). || Adj. - Dito de quem se comporta com presunção e pedantis- mo – no falar, no agir e no vestir (SL
▪ PUXA! (BRAS) Interj. - Expressa surpre- sa; e é us. inadvertidamente por puch
▪ PUTO (BRAS) S.m. - Homossexual. Ho- mem – qualificado DEPR. como fresco, veado, pederasta – cuja opção afetiva é por pessoas do seu próprio sexo. || Adj. - Diz-se de quem é ou ficou brabo, ir- ritado, contrariado. u FRAS: estar puto da vida (mostrar-se contrariado, indig- nado, zangado); ficar puto (encher-se de muita raiva, fúria, irritação).
▪ surpresa de uma notícia ou informa- ção inesperada.
▪ PUTA-QUE-PARIU (PLAT) S.m. - Nome com que se faz, na fronteira, referência à pimenta malagueta (ou pimenta cumbari ou ají-cumbarí – em ESP), produto de uma planta do mesmo nome, da fam. das solanáceas (Capsicum frutescens), de poderosa ação urticante. // Interj. - Expressão imprecatória, de forma exclamativa – puta-que-pariu! – grosseira, mas sem agressão específica ou direção infamante a alguém, us. para reagir à
▪ PUTA (BRAS) S.f. - Mulher que vive de vender o corpo em atividade de cará- ter preferentemente sexual. O mesmo que prostituta. // Mulher libertina, de vida sexual desregrada. || Puta! Interj. - Us. DEPR. (na 1ª e na 2ª aceps. an- teriores) para ofender e estigmatizar uma mulher. u FRAS: puta merda! (revelação de surpresa, admiração); puta que o pariu! (revelação de sur- presa, perplexidade); vai pra puta que te pariu (imprecação utilizada para correr com uma pessoa ou para afastá-la de um grupo).
▪ PUNHETA (BRAS) S.f. - Masturbação. Forma de manipulação dos órgãos genitais para provocar orgasmo.
▪ PULGUENTO (BRAS) Adj. - Diz-se de indivíduo ou animal cheio de pulgas. // Diz-se DEPR de animal ou indivíduo desprezíveis, em más condições de sobrevivência.
▪ PUCHA! (BRAS) Interj. - Expressa la- mento, queixa, surpresa (BH, JH, JV, FP, FE, CM, IP). l OBS: equivale a um EUF de puta! – us. tanto em espanhol como em português (até porque VABL também registra a forma puxa!, para o voc., nesta função interjetiva e nes- ta flexão verbal).
▪ PROSEADA (BRAS) S.f. - Prosa agra- dável e prolongada, mantida entre companheiros de atividades, amigos ou parentes.
▪ PRENDA (BRAS) S.f. - Objeto, coisa de utilidade (AD, SL, RG, FP). // Joia, mimo, presente – que se recebe como dádiva ou recordação (SL, RG). // Dom, atribu- to, qualidade de alguém (EV). // FIG: moça, mulher campeira ou – desde a segunda metade do séc. XX – mulher integrante de um movimento tradicio- nalista (em vez de peona, f. de peão). // Pl. prendas (RG) – conjunto de peças que formam as prendas de montar (arreios) e as prendas de vestir (ves- tes campeiras) // V. prenda minha.
▪ PRENDA MINHA S.f. - Denom. de uma toada de domínio público, cuja letra foi registrada na "Gazeta de Porto Alegre", em 1880, e que, com variações impostas pelo tempo, im- pôs-se ao gosto popular, revertendo em sua letra o significado de pren- da (como dádiva, atributo ou objeto útil) em citação de mulher campeira (numa clara oposição à vulgaridade da palavra china).l OBS: a letra de prenda minha, em tom de despedida, diz o seguinte, inicialmente:"Vou-me embora, vou-me embora, / prenda minha! // Tenho muito que fazer! // Tenho que parar rodeio, / prenda mi- nha, // no campo do bem-querer!"
▪ POTRERO (BRAS) S.m. - Corr. de potreiro [r/us.], Parte de uma estân- cia – cercada e destinada ao manejo do gado para fins de engorde, cria ou reprodução (BH, HA, AD, JV, SL, DA, RG, FE, IP) [Us. c/PLAT: potrero (NVCR, VCOR, VRDG)].
▪ POTRILHO (BRAS) S.m. - Macho equino de menos de três anos e que ainda possui dentes de leite (BH, EC, JH, AM, SL, RG, FP, EV), u FRAS: Estar feito um potrilho (sentir-se rejuvene- cido, cheio de vida e de brios) [us. c/ PLAT: potrilho (PVRC, VCOR)]
▪ tentadora e apreciável (EV). u FRAS: como potranca alçada (brabo, impe- tuoso).
▪ POTRANCA (BRAS) S.f. - Égua com menos de três anos, ainda não doma- da. O mesmo que poldra ou potra. // FIG: mulher atraente, sexualmente
▪ móvel, de 1,50 a 3m de largura, feita de quatro varas dispostas horizontal- mente ou de retângulos de tábuas e aramados, com reforços ou tirantes de ferro, posta à entrada de um es- tabelecimento rural ou de cada uma de suas divisões, como invernadas, potreiros, mangueiras, currais e áreas de serviço (AD, JV, SL, RG, FE, IP, EV). // Fração de um alambrado de uns 3m de comprimento – também chamada de →tranqueira – sujeita por postes, que pode soltar-se ou prender-se, com uma palanca de madeira, para permitir ou impedir a passagem de animais [também no Uruguai e na Argentina: portera (DESU, NDUR)].
▪ PORTERA (BRAS) S.f. - Corr. de por- teira. O mesmo que cancela. Barreira
▪ PORRETE (BRAS) S.m. - Bastão ou pedaço de madeira, geralmente us. como arma para evitar o assédio de cães – e empregado eventualmente para bater em alguém.
▪ PORRE (BRAS) S.m. - Bebedeira, borracheira, consequência de em- briaguez alcoólica. O mesmo que → tranca (RG)
▪ PORONGO (BRAS) S.m. - Cabaça, cuia (SL). Fruto de uma cucurbitácea (Lagenaria vulgaris), que – esvazia- do, seco e com uma abertura superior – é utilizado como vasilha e especial- mente, como cuia de mate [voc us. c/ PLAT: porongo (VRDG, NVCR, VCOR)]. // FIG: cavalo de pernas tortas [r/us.]. V. porongudo [m/us.]
▪ dos pobres (o sol). // Us. também nas exprs. abanar o poncho: desafiar (SL); e como poncho de calavera: estragado, deteriorado, danificado (SL) [SL, nos "Dizeres" de seu Can- cioneiro Guasca, de 1910, cita sacu- dir o poncho (p. 259) com o mesmo sentido de desafiar]. u FRAS: arriar o poncho (entregar-se, desistir de uma ação ou empreitada); forrar o poncho (ganhar dinheiro no jogo ou em uma negociação); pisar no poncho (pro- vocar, ofender, incomodar alguém); por baixo do poncho (às escondidas, clandestinamente); sacudir o poncho (dispor-se a agir, a enfrentar uma si- tuação ou uma dificuldade).
▪ PONCHO (BRAS) S.m. - Veste típica dos campeiros pampeanos, us. per- manentemente como agasalho pesso- al, coberta improvisada e resguardo contra a chuva e o vento. // Também us. como arma de defesa, se lançada contra tiros de boleadeiras ou enrola- da no braço, em lutas a facão. // Trata- se de uma peça quase sempre tecida artesanalmente em lã, de forma retan- gular – às vezes ovalada ou redonda – com uma abertura no centro, para se enfiar na cabeça e se usar solto sobre os ombros, com a aparência de uma capa (BH, HA, EC, AL, JH, PA, AD, JV, AF, SL, AJ, DA, RG, FP, FE, CM, IP, EV). l OBS: por sua utilidade, seja contra o frio, seja contra o calor, os ponchos pesados, de lã grossa, são chamados de ponchos de inverno; e os leves e frescos, de lã fina, tratados como ponchos de verão [também no Uru- guai e na Argentina: poncho (DESU, DVEA, PVRC, NDUR, NVCR, VRDG)]. Ainda com relação aos ponchos, é comum distingui-los, identificá-los e designá-los segundo o seu colorido, a trama de sua tecelagem ou o material us. em sua confecção: o calamaco (rústico, de lã tingida de encarnado); o bichará (feito de lã grossa, em lis- tras brancas e pretas, alternadas de alto a baixo); o pala (leve e franjado, de lã ou de seda, que pode ser leva- do no braço e usado como cachecol); o pampa (produzido originalmente pelos índios pampas, com trama em ângulos retos e motivos de cruzes); o pátria (de tecido azul-marinho, às vezes impermeável, forrado de pano vermelho); o reiúno (feito de pano cinzento e que foi us. como parte do uniforme de soldados da Cavala- ria do exército brasileiro). l COST: o poncho, quando não em uso, leva-se na garupa, amarrado nos tentos do lombilho; ou na mala ou maleta-do -poncho, que serve para acondicioná -lo e guardá-lo. // Us na expr. poncho
▪ POLVILHO (BRAS) S.m. - Pó muito fino de amido de mandioca, us. em culinária para fazer bolinhos e ou- tros quitutes; em lides domésticas, para engomar roupa; e, em medicina campeira, como secante – no trato de pequenas afecções cutâneas.
▪ são vários e variados os tipos de pol- ca, afirmada como dança campeira, cujo auge chegou até 1930, em todo o pampa. Os dois mais conhecidos e populares são: a polca de relação (ou polquinha) ou meia-canha (MDAN), também chamada de polca-mancada, que é animada pela troca de versos, entre os dançarinos, a tempos determi- nados e à ordem de "para o baile!" ou "para la guitarra!"; a polca de damas, dançada em qualquer espaço e ocasião disponíveis, também acompanhada de troca de versos, mas com uma pecu- liaridade: são as moças que escolhem, inicialmente, os seus pares (BAIL).
▪ POLCA (BRAS) S.f. - Dança tipicamen- te campeira ou crioula, embora de ori- gem europeia. Acrioulando-se e dis- tinguindo-se do minueto, frio e formal, e dos valseados lerdos e cerimoniosos, a polca começou a ganhar prestígio e popularidade desde 1840, como dança de pares enlaçados em compasso de 2x4 – "como trote de zorrilho" – com suas paradinhas e patadinhas para trás, ao ponteio das guitarras. l OBS:
▪ POBRE-DIABO (BRAS) Adj. - Diz-se DEPR de indivíduo considerado sem importância, por não ter dinheiro, prestígio social ou instrução
▪ PITO (BRAS) S.m. - Cigarro (AM, SL), geralmente de palha; ou cachimbo. // Carão, advertência, repreensão (EV). u FRAS: estar de pito aceso (mos- trar-se agitado, assanhado); ser como fumo de pito (revelar aparência agra- dável e trato difícil); sossegar o pito (acalmar-se, aquietar-se).
▪ PITOCO (BRAS) Adj. - O mesmo que rabão. Diz-se de animal cujo rabo é curto ou foi cortado. // FIG DEPR: dito de pessoa que, por defeito físico ou moral, é desprezível.
▪ PISTOLÃO (BRAS) S.m. - Recomen- dação, pedido, empenho de alguém em favor de outrem, valendo-se de seu cargo ou de sua posição social. // O próprio indivíduo que se vale desse recurso (característico do exercídio de tráfico de influência), para atender seus apaniguados
▪ PIROCA (BRAS) S.f. - Pênis. Membro viril masculino (expr, us. geralmente como EUF, no trato com crianças e adolescentes).
▪ PIRÃO. (BRAS) S.m - Papa de farinha de mandioca (JV), feita com água fer- vente ou caldo de algum alimento.
▪ PIQUETE (BRAS) S.m. - Destacamen- to, grupo de cavalarianos em guarda avançada ou outra ação bélica (SL, EV). / Nas estâncias, espaço cercado, próximo das casas, usado para pren- der e manejar animais de serviço diá- rio (SL, DA, RG, CM, IP, EV) [nesta acep. us. c/PLAT: piquete (NVCR, VCOR, VRDG)]. // Us. na expr. de piquete (SL) – referente a cavalo que fica preso, encilhado ou não, para ser usado no dia-a-dia das lides campeiras.
▪ PIQUETE (BRAS) S.m. - Destacamen- to, grupo de cavalarianos em guarda avançada ou outra ação bélica (SL, EV). / Nas estâncias, espaço cercado, próximo das casas, usado para pren- der e manejar animais de serviço diá- rio (SL, DA, RG, CM, IP, EV) [nesta acep. us. c/PLAT: piquete (NVCR, VCOR, VRDG)]. // Us. na expr. de piquete (SL) – referente a cavalo que fica preso, encilhado ou não, para ser usado no dia-a-dia das lides campeiras.
▪ PIPI (BRAS) S.m. - O mesmo que xixi. Urina (por ONOM, no dizer infantil ou no dizer-se para crianças). u FRA: fa- zer pipi (urinar, mijar). // S.f. - V. erva- cavalinha
▪ ENICO (BRAS) S.m. - V. pinico [m/ us.].
▪ PINGUELA (BRAS) S.f. - Artefato improvisado ou construído especial- mente para que se atravesse a pé so- bre uma sanga, canhada ou arroio.
▪ PINGUELA (BRAS) S.f. - Artefato improvisado ou construído especial- mente para que se atravesse a pé so
▪ PINGO (BRAS) S.m. - Cavalo de monta- ria de boa qualidade (BH, HA, EC, AL, JH, PA, AD, AM, SL, RG, FP, CM, EV). // Pare- lheiro. Cavalo de carreira (RG). // Us. na expr. ser como pingo de coronel (cavalo cuidado, bonito, lustroso) [Também no Uruguai e na Argentina: pingo (DESU, NVCR PVRC, VRDG)]. // Pequena porção de líquido que cai. Gota de água; ou de um líquido qualquer (SL).
▪ PILCHA (BRAS) S.f. ANT DES - Vesti- menta usual do campeiro pampeano (JH, AM, RG, FP). // Pl. pilchas - con- junto de prendas de vestir (as roupas e acessórios que constituem a indu- mentária do trabalhador do campo) ou de prendas de montar (os arreios de montaria empregados geralmente por esse homem) [voc. us. c/PLAT: pi- lcha, pilchas (VCOR)].
▪ PIGUANCHA (BRAS) S.f. - Rapariga, mulher jovem – o mesmo que china (AM, SL, FP, EV) [SL abranda o sentido DEPR deste voc. – que oscilaria entre fêmea (qualquer mulher) e rameira (mulher de vida fácil)].
▪ PICUMÃ (BRAS) S.f. - Fuligem. Pó pre- to e gosmento, resultante da queima de material combustível, especialmente madeira – encontrado a manchar uten- sílios de cozinha e a obstruir fogões, chaminés e parrilhas (SL, EV).
▪ PICARDIA (BRAS) S.f. - Velhacaria, patifaria, vileza. // Pirraça, afronta, desfeita.
▪ PICANHA (BRAS) S.f. - Anca de animal bovino ou cavalar (SL) // Corte especial de carne bovina que se extrai do quadril – e que também é chamado de tapa de quadril [PLAT: picana ou picaña (DESU, NDUR, NVCR, VCOR, VRDG)]
▪ PIAZOTE (BRAS) S.m. (AJ) - O mes- mo que piazito.
▪ PIAZITO (BRAS) S.m. (SL) - O mesmo que piazinho [n/us.]. [Us. c/ PLAT, com o emprego do suf. ESP ito, de va- lor afetivo (DRAE)]. // V. piazote.
▪ PIÁ (BRAS) S.m. - O mesmo que → guri (AF, AJ, SL, IP). Trata-se de voc. r/us., empregado originalmente nas Mis- sões para denominar criança descen- dente de índios.
▪ PIÃO (BRAS) S.m. - Brinquedo antigo de madeira, cônico e arredondado, com uma ponta inferior sobre a qual gira quando acionado pelo rápido desenrolar de um cordão posto firme- mente a sua volta.
▪ PIALO (BRAS) S.m. - VAR de pealo, admitida por VABL. Ato ou efeito de pialar (HA, AL, JH, AM, AJ, RG, FP). // Tiro de laço dirigido por um pialador às mãos um animal a ser apresado e tombado, para fins de manejo. l COST: no desenvolvimento de tarefas rurais e em demonstrações de habi- lidades campeiras, o pialo pode ser feito de diferentes formas, das quais as mais conhecidas e utilizadas são: o pialo de paleta (em que o laço é re- boleado e lançado, da esquerda ou da direita, sobre a paleta de um animal, para volteá-lo pelas mãos); pialo de mão (em que o laço, sem rebolear, é atirado, de perto e diretamente sobre as mãos do animal a ser volteado); pialo de lombo (em que o laço é lan- çado por trás do animal, pela direita ou pela esquerda, com folga suficien- te para alcançar-lhe as cruzes e che- gar-lhe às mãos, para volteá-lo).
▪ PETIÇO (BRAS) S.m. - Animal cava- lar macho, de patas curtas (JV, AJ, SL, DA, RG, FE). || Adj. - Baixote. Dito de indivíduo de baixa estatura (SL, RG) [PLAT: petiso ou petizo (DESU, NDUR, NVCR, VCOR. VRDG)].
▪ PETIÇADA (BRAS) S.f. - Grande nú- mero de →petiços, em grupos ou não.
▪ PETIÇA (BRAS) S.f. || Adj. - Égua de patas curtas. Dito de mulher ou moça de baixa estatura e chegada, afetiva- mente, a quem fala (SL, RG) [voc us. c/PLAT: petisa ou petiza (DESU, NDUR, NVCR, VCOR, VRDG)].
▪ mal que não possui uma das pernas; ou que a tem, mas deformada ou doente
▪ PERNETA (BRAS) Adj. - Diz-se de quem tem dificuldade para caminhar normalmente. Aquele homem ou ani-
▪ e passando a ser uma sempre extraor- dinária mas definitiva forma dramáti- ca de representação cívica.
▪ PERICON (BRAS) S.m. - Dança popu- lar campeira de conjunto – executada em passos de rancheira, sem sapatea- do e sob o comando de um "perico" ou bastoneiro – que se baila, desde o início do séc. XX, como uma come- moração festiva e recebe no Uruguai a denom. de "Pericón Nacional" (BH, JH, AD, JV). l OBS: a melodia original do Pericón foi registrada em 1887, mas desde 1883 era divulgada com êxito crescente, chegando a animar um espetáculo cênico corresponden- te, nos picadeiros e palcos de circos e teatros, em 1889. Assim, desde o iní- cio do séc. XX, mesmo no Rio Gran- de do Sul, o pericón foi deixando de ser a dança popular campeira original
▪ PEREBA (BRAS) S.f. - Nome DEPR dada a cada ferida aparente que se percebe na pele de homens e animais – e que, em geral, tem crosta endure- cida e aspecto desagradável (AJ).
▪ PÉ-RACHADO (BRAS) Adj. - V. pé.
▪ PÉ-RAPADO (BRAS) Adj. - V. pé.
▪ PEONA (BRAS) S.f. - Fem. de peão, mas us. exclusivamente como Sin. de serventa, criada, empregada de servi- ço numa casa de família (JV, SL).
▪ PENICO (BRAS) S.m. - O mesmo que →pinico [m/us.]. / V. urinol.
▪ PELO-DURO (BRAS) Adj. - Dito de indivíduo ou animal de indiscutível ascendência campeira – nascido e criado no campo.
▪ PELEGO (BRAS) S.m. - Pele de ani- mal ovino, com a lã natural preserva- da (AD, AF, AM, SL, AJ, DA, RG, IP, EV) [Também no Uruguai e na Argentina: pelego (DESU, NDUR, NVCR VCOR)]. u FRAS: correr a pelego (SL): repe- lir, afugentar com facilidade; dar ou jogar o pelego (SL): arriscar-se, pôr em risco a própria vida; garantir o pelego (SL): assegurar a sobrevivên- cia. // Pl. pelegos - Arreios, avios de montaria (SL, RG). PELEGUEAR (BRAS)
▪ PELEADOR (BRAS) Adj. - Brigador. Diz-se de indivíduo sempre disposto a envolver-se numa →peleia.
▪ PELADO (BRAS) Adj. - Diz-se de in- divíduo que não tem dinheiro nem dispõe de um meio de sobrevivência. // Diz-se de algo sem pelo e de um lugar sem pasto. u FRAS us. para re- ferências a pelado (na 2ª acep.): como cu de macaco; como joelho de touro; como pátio de escola.
▪ PEDRADA (BRAS) S.f. - Arremesso de uma pedra em certa direção. // Golpe desferido com uma pedra.
▪ EDERNEIRA (BRAS) S.f. ANT DES - O mesmo que pedernal. // Pl. pe- derneiras ANT DES - antigas armas de fogo, assim chamadas porque eram acionadas por pedras (as pederneiras ou pedernais) destinadas a produzir faísca e a detonar a pólvora (SL).
▪ e divertimentos em dias de festas po- pulares na campanha/sul-rio-granden- se. // Grande toldo – elevado, susten- tado e mantido por varas, - destinado geralmente a abrigar espetáculos cir- censes e seus respectivos espectado- res. // Bandeira ou estandarte de uma entidade pública nacional, provincial ou departamental, de uma corporação militar ou de uma entidade civil.
▪ PAVILHÃO (BRAS) S.m. - Tenda, car- pa, barraca. Lugar reservado para abrigar o público envolvido em jogos
▪ PAULADA (BRAS) S.f. - Pancada dada com pau ou porrete. // Batida, →pe- chada dada com muita força.
▪ PAU-D´ÁGUA (BRAS) Adj. - Diz-se de indivíduo que vive embriagado. Bê- bado, cachaceiro, alcoólatra.
▪ PATRÍCIO (BRAS) S.m. DES - Trata- mento cerimonioso dado antigamente a um conterrâneo ou compatriota (SL).
▪ PATRONATO (BRAS) S.m. ANT DES - Instituição de caridade destinada a manter ou asilar menores órfãos, deficientes físicos, pessoas velhas e desvalidas ou pedintes de rua.
▪ PATRONA (BRAS) S.f. - Nome dado pelos peões de uma estância à esposa do patrão (na forma La patrona) (JH). // Forma através da qual o homem do campo também se refere à pró- pria esposa – ou patroa. // Padroeira, protetora, defensora de uma causa ou instituição.
▪ PATROA (BRAS) S.f. - Nome dado pelo homem do campo a sua mulher – esposa ou companheira, mãe de seus filhos.
▪ PAVONADA (BRAS) S.f. - Fanfarrice. Demonstração de vaidade, presun- ção, ufania.
▪ PAVONADA (BRAS) S.f. - Fanfarrice. Demonstração de vaidade, presun- ção, ufania. PAVONEAR-SE
▪ ses tipos de pealo – fiquem presas as patas dos animais pealados. u FRAS: errar o pealo (fracassar, sair- se mal de uma investida); passar o pealo (enganar, iludir, lograr) [voc. us. c/PLAT: peal ou pial (DESU, NDUR, NVCR, PVRC, VCOR)]. PEÃO (BRAS) S.m. - Em
▪ PEALO (BRAS) S.m. - Ato de pealar: prender pelas mãos um animal em movimento, com o →laço, estando o laçador a pé (SL, RG). VAR admiti- da em VABL: pialo. l COST: o pealo pode ser: de cucharra (num golpe de laço dado por baixo das mãos do ani- mal a ser pealado); de sobrecostilha (num lançar de laço sobre as costelas do referido animal); e de sobrelombo (num soltar o laço sobre o lombo de tal animal), de modo que – em todos
▪ PEÃO (BRAS) S.m. - Empregado de →estância. Trabalhador rural que se dedica a tarefas características da vida campeira (JH, JV, AF, AM, SL, DA, RG, FP, IP, EV) [Também no Uruguai e na Argentina: peón (DESU, NDUR, PVRC, VCOR, VRDG)].
▪ entre duas pessoas (peito a peito, na origem da expr.), entre uma pessoa e um animal, entre um animal e outro, ou com coisas ou entre coisas (PA, AF, SL, RG, FE, CM, IP). // Resultado de uma ação, própria das lides rurais: a de fa- zer um cavalo bater e empurrar com o peito um outro animal, geralmente vacum. // Pedido extemporâneo de dinheiro ou de empréstimo // Us. na expr. às pechadas: aos encontrões [voc. us. geralmente c/PLAT: pechada (DESU, NDUR, PVRC, VCOR)]. u FRAS: dar uma pechada (abalroar alguém ou alguma coisa); levar uma pechada (receber pedido de empréstimo de di- nheiro ou de alguma coisa útil).
▪ PECHADA (BRAS) S.f. - Topada, en- contrão, abalroamento. Batida frontal
▪ PECHINCHA (BRAS) S.f. - Ganho, van- tagem, lucro inesperado e, geralmente, imerecido. // Compra feita por preço in- ferior ao pedido ou oferecido (RG).
▪ PEÇUELOS (BRAS) S.m.Pl. - Alforjes usados para carregar, a cavalo, roupas e objetos de uso pessoal (SL) [noutra acep., us. c/PLAT: pezuelo (DRAE)].
▪ PEÇUELOS (BRAS) S.m.Pl. - Alforjes usados para carregar, a cavalo, roupas e objetos de uso pessoal (SL) [noutra acep., us. c/PLAT: pezuelo (DRAE)].
▪ pé de moleque (doce feito com rapadura e amendoim torrado - EV
▪ PATRÍCIO (BRAS) S.m. DES - Trata- mento cerimonioso dado antigamente a um conterrâneo ou compatriota (SL).
▪ PATRÃO (BRAS) S.m. - Dono de estân- cia (JH, SL, RG, EV). // Proprietário de um negócio ligado às lides rurais (SL, RG, FE) [também no Uruguai e na Ar- gentina: PLAT: patrón (PVRC, VCOR)]
▪ PATRÍCIA (BRAS) S.f. DES - Tratamen- to cerimonioso dado antigamente a uma conterrânea ou compatriota (SL).
▪ PÁTIO (BRAS) S.m. - Lugar de uma casa, geralmente localizado aos fun- dos, dispondo de espaço para um ga- linheiro, uma horta e algumas árvores frutíferas. // Numa escola, lugar desco- berto, destinado ao recreio dos alunos. // Espaço de uma estância ou de uma construção rural – cercado e isolado – geralmente considerado de intimidade familiar (AD, FE) [voc. us, como PLAT: patio (DESU, NDUR, VCOR)].
▪ PATIFE (BRAS) Adj. - Canalha, safado, velhaco. Diz-se de quem não tem ca- ráter, sendo – por isso –capaz de pati- farias, atos moralmente condenáveis.
▪ PATAVINA (BRAS) Pron. - O mesmo que nada, coisa nenhuma.
▪ PATACÃO (BRAS) S.m. ANT DES - An- tiga moeda de prata, no valor de dois mil réis – e que, grande e pesada, era us. pelos campeiros pampeanos para enfeitar seus cintos e →rastras (SL, RG) [Também no Uruguai e na Argentina: patacón (PVRC, VCOR, VRDG)]. // Us. num juramento en- fático: por Deus e um patacão! (o mesmo que por Deus!).
▪ PATACA (BRAS) S.f. ANT DES - Moe- da antiga, de prata, no valor de 320 réis ou 16 vinténs (SL). // Us. na expr. meia pataca (coisa de pouco valor) [Também no Uruguai e na Argentina: pataca (DRAE. VRDG)].
▪ mas preferido por animais ovinos; o pasto-das-roças (Paspalum urvillei) e o pasto-dos-banhados (Ischae- mum urvilleanum) que vegetam em terrenos específicos: o primeiro, em espaços limpos e roçados; o segundo, em alagados e baixos; o pasto-for- rageiro (Bromus unicoloides), que, colhido no campo, é us. preferente- mente na preparação de forragem; o pasto-treme-treme (Briza virens), de efeito apenas decorativo, por sua leveza e colorida movimentação ao vento. // Pl. - pastos. Os mais variados tipos de vegetais que, com as gramí- neas e certas leguminosas, ocupam a cobertura não arbórea dos campos.
▪ PASTO (BRAS) S.m. - Nome dado pe- los campeiros sul-rio-grandenses à grama ou capim que cobre os campos da região pampena do Rio Grande do Sul (AL, JH, AD). Essa grama é prin- cipalmente dos gêneros Panicum e Paspalum, de espécies variadas, de variada importância na alimentação dos animais e na cobertura das áreas de pastagens. # São reconhecidas por denom. comuns: o pasto-dos-cam- pos (Agrostis alba), que viceja todo o ano, alastra-se e deita raízes em vol- ta, sendo confundido com qualquer outro parecido; o pasto-forquilha (Paspalum notatum), o pasto-pata- de-galinha (Panicum sanguinalle), o pasto-meladinho (Panicum maxi- mum), muito fáceis de identificar, por seus aspectos particulares, e que são os mais apreciados pelo gado; o pasto -alfombra (Axonopus compressus), de ampla disseminação territorial, na forma de tapete vegetal; o pasto-de- qua-resma (Cynodon dactilon), tam- bém chamado de pé-de-galinha ou confundido com o pata-de-galinha; o pasto-doce (Paspalum distichun), muito confundido com o meladinho; o pasto-perene (Sectaria caespitosa), sempre confundido com o pasto-dos- campos; o pasto-cevadilha (Bromus unioloides), muito próprio para pas- tagens artificiais; o pasto-mimoso ou capim-mimoso (Agrostis montevi- densis) e o pasto-gordura (Panicum melines) ou capim-gordura, ambos de alto teor alimentar, apesar de serem chamados apenas e geralmente de capim; o pasto-de-ovelha (Paspalum pumilum), confundido com os outros,
▪ JH, PA, AF, SL, RG, FP, CM) [voc. us. c/ PLAT: parejero (DESU, NDUR, NVCR, VCOR, VRDG)].
▪ PARELHEIRO (BRAS) S.m. - Cavalo corredor e veloz, utilizado em car- reiras campeiras (BH, HA, DS, EC, AL,
▪ PARELHEIRA (BRAS) S.f. - V. co- bra. l OBS: a cobra-parelheira não deve ser confundida com a canina- na (Spilotes pullatus) e a papa-pinto (Drymarchon corais) – aquela, três vezes maior e de coloração parda com manchas azuis; esta, com o do- bro de seu tamanho e de dorso par- do-escuro – ambas muito raras ou praticamente inexistentes em toda a campanha sul-rio-grandense.
▪ PARELHA (BRAS) S.f. - Conjunto de dois animais (SL) ou de duas pessoas [voc. us. c/PLAT: pareja (DEDA)]. // Pa- ralelo, comparação, confrontação (SL).
▪ nho de um tico-tico (15cm) – pardo, de bico negro, a cabeça cinza com mancha preta na garganta e lados es- branquiçados – de grande difusão em quase todas as regiões do Rio Grande do Sul, especialmente em áreas urba- nas. l OBS: o pardal, que é a segunda ave mais numerosa do mundo (perde apenas para a galinha doméstica, em quantidade de indivíduos) foi trazido para o Brasil no início do século XX, e solto no Rio de Janeiro, com a apro- vação das autoridades sanitárias. No Rio Grande do Sul, onde encontraria excelentes condições de ocupação e expansão, o pardal chegou entre 1910 e 1923, segundo consta, pela mão do político e líder ruralista rio-grandense Francisco Antonio de Assis Brasil (o qual teria repetido no Estado um feito de Domingo Sarmiento, introdutor do pássaro na Argentina). Mas o par- dal, embora contribua para a limpe- za das cidades, eliminando insetos e alimentando-se de detritos, revelou- se daninho à agricultura, especial- mente à horticultura. Em 1957, por portaria do Min. da Agricultura, o pardal foi colocado em primeiro lugar numa lista de animais noci- vos que deveriam ser combatidos e exterminados. Nenhuma medida governamental, contudo, chegou a ser tomada – até porque houve cla- ro exagero na oficialização da noci- vidade desse pássaro.
▪ PARDAL (BRAS) S.m. - Pequeno pás- saro de origem europeia, da fam. plo- ceídea (Passer domesticus), do tama-
▪ PARCEIRO (BRAS) S.m. - Tratamento amistoso dado a pessoa muito íntima ou com a qual se divide uma ativida- de (SL). // Participante de uma →par- ceria, num jogo de cartas ou numa atividade em grupo. // Sócio, compa- nheiro, comparsa, num negócio.
▪ aves (o bucho, onde são depositados, no início da digestão, os alimentos ingeridos). // Conversa, diálogo, troca de ideias (o mesmo que bate-papo). // Manifestação exagerada de vaida- de, autoelogio e promoção pessoal. u FRAS: estar no papo (grande facilida- de para ganhar ou obter algo); ficar de papo pro ar (descansar, desligar- se de algo); ter papo (demonstrar afe- tado conhecimento de algo).
▪ PAPO (BRAS) S.m. - Proeminência do pescoço de seres humanos (decorren- te de doença, chamada bócio) e de
▪ PANGARÉ (BRAS) S.m. - Dito de ca- valo mais claro que o douradilho, como que leonado, mas com as par- tes inferiores do corpo – a partir do focinho e até as virilhas – esbranqui- çadas, de tom bem mais apagado que o das partes superiores (DS, PA, AD, AM, SL, AJ, DA, FE, CM). || Adj. - Dito do pelo desse tipo de cavalo.
▪ PANDORGA (BRAS) S.f. - Brinquedo infantil, também chamado de pa- pagaio ou pipa, no resto do Brasil (EV) – e de cometa, no Uruguai e na Argentina. É recortado e constru- ído em papel fino, de duas ou mais cores, colado numa armação leve e geométrica, de varas de taquara, que se pode elevar no ar – e nele perma- necer – quando presa e puxada con- venientemente por um longo cordão (a linha), e equilibrada ao vento por uma comprida e estreita porção de pano pendente (o rabo) || Adj. - Diz-se de quem é pateta, abobado: desaten- to, desligado da realidade.
▪ da Argentina (de Buenos Aires a Cor- rientes), todo o território do Uruguai, além da metade Sul do Rio Grande do Sul, chamada de modo amplo de campanha sul-rio-grandense (DS, JH, AM, SL, DA, RG, FP, IP). l HIST: nessa região da América austral ocorreu, de forma rara, uma extraordinária proli- feração de gado nos campos e, desde o séc. XVII, desenvolveu-se ali a prá- tica da captura de animais bovinos e equinos, seguida da criação extensiva desses animais, de modo a que se for- jasse nessas atividades, com seus cos- tumes, usos e particularidades, uma figura humana característica da vida pampeana e campeira: o gaúcho, tipo original e único entre os pastores de gado de todo o mundo. // Nome dado a um tipo de gado – de pelo averme- lhado e cabeça branca – que predo- minou nos campos até que se desen- volvesse a criação extensiva, com a introdução de raças europeias nos pastos. // Nome dado ao gado da raça Hereford, de cabeça branca e corpo marom avermelhado. // Pl. pampas – índios do Sul argentino [também no Uruguai e na Argentina: pampa, la pampa e pampas (DESU, DVEA, NDUR, NVCR. PVRC, VCOR, VRDG).
▪ AMPA (BRAS) S.m. - Grande extensão de campo raso e plano, com pou- ca vegetação arbórea, constituído principalmente por pastagens e ca- racterístico da região meridional do Rio Grande do Sul. O pampa todo, entretanto, ocupa as planícies domi- nadas pelo rio da Prata e seus afluen- tes imediatos, tanto em território ar- gentino e uruguaio como brasileiro. Compreende as províncias litorâneas
▪ PAJADOR (PLAT) S.m. - Cantor e po- eta popular que participa de pajadas (BH, HA, AL), sendo capaz de impro- visar versos, em desafios e a contra- ponto, sobre temas dados – e que, antigamente, cantava em → pulperias e festas campeiras. AME: payador (DEDA, DESU, NDUR, PVRC).
▪ PAISANO (BRAS) S.m. - Homem do campo (BH, EC, AL, JH, JV, SL, RG, FP, EV). // Patrício, compatriota, conterrâneo. // Civil (em oposição a militar). // For- ma de tratamento us. pelos campeiros pampeanos na conversação com um desconhecido – o mesmo que →amigo [voc. us. c/PLAT: paisano (VCOR)].
▪ PAIAÇO (BRAS) S.m. - Forma deturpa- da de palhaço (AJ) [r/us.].
▪ PAGO (BRAS) S.m. - Lugar da cam- panha sul-rio-grandense que serve de referência à vida de um campei- ro pampeano (SL). É o lugar de seu nascimento ou onde ele vive ou onde ele tem os seus afetos (RG) [voc. us. c/PLAT: pago (VCOR, NVCR, PV RC)]. O mesmo que →querência (BH, DS, EC, JH, AD, JV, AF, SL, DA, RG, FP, FE). // Também us. no Pl.: pagos – a signifi- car pagamentos (HA); ou pagos - com o mesmo sentido Sing. de pago, lugar (JH, PA, JV, DA, FE, CM).
▪ Pl. - padrinhos. Aqueles que testemu- nham e acompanham a ocorrência de um nascimento ou casamento. // ANT DES - Aqueles que testemunham, em nome das partes, um duelo ou desafio.
▪ PADRINHO (BRAS) S.m. - Aquele que apadrinha, que faz apadrinha- mento, na condição de protetor e/ ou defensor de alguém ou de uma causa. // Aquele que batiza, numa Igreja, uma criança, tornando-a sua afilhada, na religião correspondente. // Aquele que, montado, acompanha e ajuda um domador em sua tarefa. //
▪ PACHORRA (BRAS) S.f. - Indolência, lentidão, vagareza.
▪ PACHOLA (BRAS) S.m. - Indivíduo alegre e divertido, mas presumido, presunçoso, pedante – quase sempre excessivamente ataviado no trajar e ostentando uma elegância duvidosa (SL, FP, CM). || Adj. - Dito de quem se comporta com presunção e pedantis- mo – no falar, no agir e no vestir (SL
▪ PUXA! (BRAS) Interj. - Expressa surpre- sa; e é us. inadvertidamente por puch
▪ PUTO (BRAS) S.m. - Homossexual. Ho- mem – qualificado DEPR. como fresco, veado, pederasta – cuja opção afetiva é por pessoas do seu próprio sexo. || Adj. - Diz-se de quem é ou ficou brabo, ir- ritado, contrariado. u FRAS: estar puto da vida (mostrar-se contrariado, indig- nado, zangado); ficar puto (encher-se de muita raiva, fúria, irritação).
▪ surpresa de uma notícia ou informa- ção inesperada.
▪ PUTA-QUE-PARIU (PLAT) S.m. - Nome com que se faz, na fronteira, referência à pimenta malagueta (ou pimenta cumbari ou ají-cumbarí – em ESP), produto de uma planta do mesmo nome, da fam. das solanáceas (Capsicum frutescens), de poderosa ação urticante. // Interj. - Expressão imprecatória, de forma exclamativa – puta-que-pariu! – grosseira, mas sem agressão específica ou direção infamante a alguém, us. para reagir à
▪ PUTA (BRAS) S.f. - Mulher que vive de vender o corpo em atividade de cará- ter preferentemente sexual. O mesmo que prostituta. // Mulher libertina, de vida sexual desregrada. || Puta! Interj. - Us. DEPR. (na 1ª e na 2ª aceps. an- teriores) para ofender e estigmatizar uma mulher. u FRAS: puta merda! (revelação de surpresa, admiração); puta que o pariu! (revelação de sur- presa, perplexidade); vai pra puta que te pariu (imprecação utilizada para correr com uma pessoa ou para afastá-la de um grupo).
▪ PUNHETA (BRAS) S.f. - Masturbação. Forma de manipulação dos órgãos genitais para provocar orgasmo.
▪ PULGUENTO (BRAS) Adj. - Diz-se de indivíduo ou animal cheio de pulgas. // Diz-se DEPR de animal ou indivíduo desprezíveis, em más condições de sobrevivência.
▪ PUCHA! (BRAS) Interj. - Expressa la- mento, queixa, surpresa (BH, JH, JV, FP, FE, CM, IP). l OBS: equivale a um EUF de puta! – us. tanto em espanhol como em português (até porque VABL também registra a forma puxa!, para o voc., nesta função interjetiva e nes- ta flexão verbal).
▪ PROSEADA (BRAS) S.f. - Prosa agra- dável e prolongada, mantida entre companheiros de atividades, amigos ou parentes.
▪ PRENDA (BRAS) S.f. - Objeto, coisa de utilidade (AD, SL, RG, FP). // Joia, mimo, presente – que se recebe como dádiva ou recordação (SL, RG). // Dom, atribu- to, qualidade de alguém (EV). // FIG: moça, mulher campeira ou – desde a segunda metade do séc. XX – mulher integrante de um movimento tradicio- nalista (em vez de peona, f. de peão). // Pl. prendas (RG) – conjunto de peças que formam as prendas de montar (arreios) e as prendas de vestir (ves- tes campeiras) // V. prenda minha.
▪ PRENDA MINHA S.f. - Denom. de uma toada de domínio público, cuja letra foi registrada na "Gazeta de Porto Alegre", em 1880, e que, com variações impostas pelo tempo, im- pôs-se ao gosto popular, revertendo em sua letra o significado de pren- da (como dádiva, atributo ou objeto útil) em citação de mulher campeira (numa clara oposição à vulgaridade da palavra china).l OBS: a letra de prenda minha, em tom de despedida, diz o seguinte, inicialmente:"Vou-me embora, vou-me embora, / prenda minha! // Tenho muito que fazer! // Tenho que parar rodeio, / prenda mi- nha, // no campo do bem-querer!"
▪ POTRERO (BRAS) S.m. - Corr. de potreiro [r/us.], Parte de uma estân- cia – cercada e destinada ao manejo do gado para fins de engorde, cria ou reprodução (BH, HA, AD, JV, SL, DA, RG, FE, IP) [Us. c/PLAT: potrero (NVCR, VCOR, VRDG)].
▪ POTRILHO (BRAS) S.m. - Macho equino de menos de três anos e que ainda possui dentes de leite (BH, EC, JH, AM, SL, RG, FP, EV), u FRAS: Estar feito um potrilho (sentir-se rejuvene- cido, cheio de vida e de brios) [us. c/ PLAT: potrilho (PVRC, VCOR)]
▪ tentadora e apreciável (EV). u FRAS: como potranca alçada (brabo, impe- tuoso).
▪ POTRANCA (BRAS) S.f. - Égua com menos de três anos, ainda não doma- da. O mesmo que poldra ou potra. // FIG: mulher atraente, sexualmente
▪ móvel, de 1,50 a 3m de largura, feita de quatro varas dispostas horizontal- mente ou de retângulos de tábuas e aramados, com reforços ou tirantes de ferro, posta à entrada de um es- tabelecimento rural ou de cada uma de suas divisões, como invernadas, potreiros, mangueiras, currais e áreas de serviço (AD, JV, SL, RG, FE, IP, EV). // Fração de um alambrado de uns 3m de comprimento – também chamada de →tranqueira – sujeita por postes, que pode soltar-se ou prender-se, com uma palanca de madeira, para permitir ou impedir a passagem de animais [também no Uruguai e na Argentina: portera (DESU, NDUR)].
▪ PORTERA (BRAS) S.f. - Corr. de por- teira. O mesmo que cancela. Barreira
▪ PORRETE (BRAS) S.m. - Bastão ou pedaço de madeira, geralmente us. como arma para evitar o assédio de cães – e empregado eventualmente para bater em alguém.
▪ PORRE (BRAS) S.m. - Bebedeira, borracheira, consequência de em- briaguez alcoólica. O mesmo que → tranca (RG)
▪ PORONGO (BRAS) S.m. - Cabaça, cuia (SL). Fruto de uma cucurbitácea (Lagenaria vulgaris), que – esvazia- do, seco e com uma abertura superior – é utilizado como vasilha e especial- mente, como cuia de mate [voc us. c/ PLAT: porongo (VRDG, NVCR, VCOR)]. // FIG: cavalo de pernas tortas [r/us.]. V. porongudo [m/us.]
▪ dos pobres (o sol). // Us. também nas exprs. abanar o poncho: desafiar (SL); e como poncho de calavera: estragado, deteriorado, danificado (SL) [SL, nos "Dizeres" de seu Can- cioneiro Guasca, de 1910, cita sacu- dir o poncho (p. 259) com o mesmo sentido de desafiar]. u FRAS: arriar o poncho (entregar-se, desistir de uma ação ou empreitada); forrar o poncho (ganhar dinheiro no jogo ou em uma negociação); pisar no poncho (pro- vocar, ofender, incomodar alguém); por baixo do poncho (às escondidas, clandestinamente); sacudir o poncho (dispor-se a agir, a enfrentar uma si- tuação ou uma dificuldade).
▪ PONCHO (BRAS) S.m. - Veste típica dos campeiros pampeanos, us. per- manentemente como agasalho pesso- al, coberta improvisada e resguardo contra a chuva e o vento. // Também us. como arma de defesa, se lançada contra tiros de boleadeiras ou enrola- da no braço, em lutas a facão. // Trata- se de uma peça quase sempre tecida artesanalmente em lã, de forma retan- gular – às vezes ovalada ou redonda – com uma abertura no centro, para se enfiar na cabeça e se usar solto sobre os ombros, com a aparência de uma capa (BH, HA, EC, AL, JH, PA, AD, JV, AF, SL, AJ, DA, RG, FP, FE, CM, IP, EV). l OBS: por sua utilidade, seja contra o frio, seja contra o calor, os ponchos pesados, de lã grossa, são chamados de ponchos de inverno; e os leves e frescos, de lã fina, tratados como ponchos de verão [também no Uru- guai e na Argentina: poncho (DESU, DVEA, PVRC, NDUR, NVCR, VRDG)]. Ainda com relação aos ponchos, é comum distingui-los, identificá-los e designá-los segundo o seu colorido, a trama de sua tecelagem ou o material us. em sua confecção: o calamaco (rústico, de lã tingida de encarnado); o bichará (feito de lã grossa, em lis- tras brancas e pretas, alternadas de alto a baixo); o pala (leve e franjado, de lã ou de seda, que pode ser leva- do no braço e usado como cachecol); o pampa (produzido originalmente pelos índios pampas, com trama em ângulos retos e motivos de cruzes); o pátria (de tecido azul-marinho, às vezes impermeável, forrado de pano vermelho); o reiúno (feito de pano cinzento e que foi us. como parte do uniforme de soldados da Cavala- ria do exército brasileiro). l COST: o poncho, quando não em uso, leva-se na garupa, amarrado nos tentos do lombilho; ou na mala ou maleta-do -poncho, que serve para acondicioná -lo e guardá-lo. // Us na expr. poncho
▪ POLVILHO (BRAS) S.m. - Pó muito fino de amido de mandioca, us. em culinária para fazer bolinhos e ou- tros quitutes; em lides domésticas, para engomar roupa; e, em medicina campeira, como secante – no trato de pequenas afecções cutâneas.
▪ são vários e variados os tipos de pol- ca, afirmada como dança campeira, cujo auge chegou até 1930, em todo o pampa. Os dois mais conhecidos e populares são: a polca de relação (ou polquinha) ou meia-canha (MDAN), também chamada de polca-mancada, que é animada pela troca de versos, entre os dançarinos, a tempos determi- nados e à ordem de "para o baile!" ou "para la guitarra!"; a polca de damas, dançada em qualquer espaço e ocasião disponíveis, também acompanhada de troca de versos, mas com uma pecu- liaridade: são as moças que escolhem, inicialmente, os seus pares (BAIL).
▪ POLCA (BRAS) S.f. - Dança tipicamen- te campeira ou crioula, embora de ori- gem europeia. Acrioulando-se e dis- tinguindo-se do minueto, frio e formal, e dos valseados lerdos e cerimoniosos, a polca começou a ganhar prestígio e popularidade desde 1840, como dança de pares enlaçados em compasso de 2x4 – "como trote de zorrilho" – com suas paradinhas e patadinhas para trás, ao ponteio das guitarras. l OBS:
▪ POBRE-DIABO (BRAS) Adj. - Diz-se DEPR de indivíduo considerado sem importância, por não ter dinheiro, prestígio social ou instrução
▪ PITO (BRAS) S.m. - Cigarro (AM, SL), geralmente de palha; ou cachimbo. // Carão, advertência, repreensão (EV). u FRAS: estar de pito aceso (mos- trar-se agitado, assanhado); ser como fumo de pito (revelar aparência agra- dável e trato difícil); sossegar o pito (acalmar-se, aquietar-se).
▪ PITOCO (BRAS) Adj. - O mesmo que rabão. Diz-se de animal cujo rabo é curto ou foi cortado. // FIG DEPR: dito de pessoa que, por defeito físico ou moral, é desprezível.
▪ PISTOLÃO (BRAS) S.m. - Recomen- dação, pedido, empenho de alguém em favor de outrem, valendo-se de seu cargo ou de sua posição social. // O próprio indivíduo que se vale desse recurso (característico do exercídio de tráfico de influência), para atender seus apaniguados
▪ PIROCA (BRAS) S.f. - Pênis. Membro viril masculino (expr, us. geralmente como EUF, no trato com crianças e adolescentes).
▪ PIRÃO. (BRAS) S.m - Papa de farinha de mandioca (JV), feita com água fer- vente ou caldo de algum alimento.
▪ PIQUETE (BRAS) S.m. - Destacamen- to, grupo de cavalarianos em guarda avançada ou outra ação bélica (SL, EV). / Nas estâncias, espaço cercado, próximo das casas, usado para pren- der e manejar animais de serviço diá- rio (SL, DA, RG, CM, IP, EV) [nesta acep. us. c/PLAT: piquete (NVCR, VCOR, VRDG)]. // Us. na expr. de piquete (SL) – referente a cavalo que fica preso, encilhado ou não, para ser usado no dia-a-dia das lides campeiras.
▪ PIQUETE (BRAS) S.m. - Destacamen- to, grupo de cavalarianos em guarda avançada ou outra ação bélica (SL, EV). / Nas estâncias, espaço cercado, próximo das casas, usado para pren- der e manejar animais de serviço diá- rio (SL, DA, RG, CM, IP, EV) [nesta acep. us. c/PLAT: piquete (NVCR, VCOR, VRDG)]. // Us. na expr. de piquete (SL) – referente a cavalo que fica preso, encilhado ou não, para ser usado no dia-a-dia das lides campeiras.
▪ PIPI (BRAS) S.m. - O mesmo que xixi. Urina (por ONOM, no dizer infantil ou no dizer-se para crianças). u FRA: fa- zer pipi (urinar, mijar). // S.f. - V. erva- cavalinha
▪ ENICO (BRAS) S.m. - V. pinico [m/ us.].
▪ PINGUELA (BRAS) S.f. - Artefato improvisado ou construído especial- mente para que se atravesse a pé so- bre uma sanga, canhada ou arroio.
▪ PINGUELA (BRAS) S.f. - Artefato improvisado ou construído especial- mente para que se atravesse a pé so
▪ PINGO (BRAS) S.m. - Cavalo de monta- ria de boa qualidade (BH, HA, EC, AL, JH, PA, AD, AM, SL, RG, FP, CM, EV). // Pare- lheiro. Cavalo de carreira (RG). // Us. na expr. ser como pingo de coronel (cavalo cuidado, bonito, lustroso) [Também no Uruguai e na Argentina: pingo (DESU, NVCR PVRC, VRDG)]. // Pequena porção de líquido que cai. Gota de água; ou de um líquido qualquer (SL).
▪ PILCHA (BRAS) S.f. ANT DES - Vesti- menta usual do campeiro pampeano (JH, AM, RG, FP). // Pl. pilchas - con- junto de prendas de vestir (as roupas e acessórios que constituem a indu- mentária do trabalhador do campo) ou de prendas de montar (os arreios de montaria empregados geralmente por esse homem) [voc. us. c/PLAT: pi- lcha, pilchas (VCOR)].
▪ PIGUANCHA (BRAS) S.f. - Rapariga, mulher jovem – o mesmo que china (AM, SL, FP, EV) [SL abranda o sentido DEPR deste voc. – que oscilaria entre fêmea (qualquer mulher) e rameira (mulher de vida fácil)].
▪ PICUMÃ (BRAS) S.f. - Fuligem. Pó pre- to e gosmento, resultante da queima de material combustível, especialmente madeira – encontrado a manchar uten- sílios de cozinha e a obstruir fogões, chaminés e parrilhas (SL, EV).
▪ PICARDIA (BRAS) S.f. - Velhacaria, patifaria, vileza. // Pirraça, afronta, desfeita.
▪ PICANHA (BRAS) S.f. - Anca de animal bovino ou cavalar (SL) // Corte especial de carne bovina que se extrai do quadril – e que também é chamado de tapa de quadril [PLAT: picana ou picaña (DESU, NDUR, NVCR, VCOR, VRDG)]
▪ PIAZOTE (BRAS) S.m. (AJ) - O mes- mo que piazito.
▪ PIAZITO (BRAS) S.m. (SL) - O mesmo que piazinho [n/us.]. [Us. c/ PLAT, com o emprego do suf. ESP ito, de va- lor afetivo (DRAE)]. // V. piazote.
▪ PIÁ (BRAS) S.m. - O mesmo que → guri (AF, AJ, SL, IP). Trata-se de voc. r/us., empregado originalmente nas Mis- sões para denominar criança descen- dente de índios.
▪ PIÃO (BRAS) S.m. - Brinquedo antigo de madeira, cônico e arredondado, com uma ponta inferior sobre a qual gira quando acionado pelo rápido desenrolar de um cordão posto firme- mente a sua volta.
▪ PIALO (BRAS) S.m. - VAR de pealo, admitida por VABL. Ato ou efeito de pialar (HA, AL, JH, AM, AJ, RG, FP). // Tiro de laço dirigido por um pialador às mãos um animal a ser apresado e tombado, para fins de manejo. l COST: no desenvolvimento de tarefas rurais e em demonstrações de habi- lidades campeiras, o pialo pode ser feito de diferentes formas, das quais as mais conhecidas e utilizadas são: o pialo de paleta (em que o laço é re- boleado e lançado, da esquerda ou da direita, sobre a paleta de um animal, para volteá-lo pelas mãos); pialo de mão (em que o laço, sem rebolear, é atirado, de perto e diretamente sobre as mãos do animal a ser volteado); pialo de lombo (em que o laço é lan- çado por trás do animal, pela direita ou pela esquerda, com folga suficien- te para alcançar-lhe as cruzes e che- gar-lhe às mãos, para volteá-lo).
▪ PETIÇO (BRAS) S.m. - Animal cava- lar macho, de patas curtas (JV, AJ, SL, DA, RG, FE). || Adj. - Baixote. Dito de indivíduo de baixa estatura (SL, RG) [PLAT: petiso ou petizo (DESU, NDUR, NVCR, VCOR. VRDG)].
▪ PETIÇADA (BRAS) S.f. - Grande nú- mero de →petiços, em grupos ou não.
▪ PETIÇA (BRAS) S.f. || Adj. - Égua de patas curtas. Dito de mulher ou moça de baixa estatura e chegada, afetiva- mente, a quem fala (SL, RG) [voc us. c/PLAT: petisa ou petiza (DESU, NDUR, NVCR, VCOR, VRDG)].
▪ mal que não possui uma das pernas; ou que a tem, mas deformada ou doente
▪ PERNETA (BRAS) Adj. - Diz-se de quem tem dificuldade para caminhar normalmente. Aquele homem ou ani-
▪ e passando a ser uma sempre extraor- dinária mas definitiva forma dramáti- ca de representação cívica.
▪ PERICON (BRAS) S.m. - Dança popu- lar campeira de conjunto – executada em passos de rancheira, sem sapatea- do e sob o comando de um "perico" ou bastoneiro – que se baila, desde o início do séc. XX, como uma come- moração festiva e recebe no Uruguai a denom. de "Pericón Nacional" (BH, JH, AD, JV). l OBS: a melodia original do Pericón foi registrada em 1887, mas desde 1883 era divulgada com êxito crescente, chegando a animar um espetáculo cênico corresponden- te, nos picadeiros e palcos de circos e teatros, em 1889. Assim, desde o iní- cio do séc. XX, mesmo no Rio Gran- de do Sul, o pericón foi deixando de ser a dança popular campeira original
▪ PEREBA (BRAS) S.f. - Nome DEPR dada a cada ferida aparente que se percebe na pele de homens e animais – e que, em geral, tem crosta endure- cida e aspecto desagradável (AJ).
▪ PÉ-RACHADO (BRAS) Adj. - V. pé.
▪ PÉ-RAPADO (BRAS) Adj. - V. pé.
▪ PEONA (BRAS) S.f. - Fem. de peão, mas us. exclusivamente como Sin. de serventa, criada, empregada de servi- ço numa casa de família (JV, SL).
▪ PENICO (BRAS) S.m. - O mesmo que →pinico [m/us.]. / V. urinol.
▪ PELO-DURO (BRAS) Adj. - Dito de indivíduo ou animal de indiscutível ascendência campeira – nascido e criado no campo.
▪ PELEGO (BRAS) S.m. - Pele de ani- mal ovino, com a lã natural preserva- da (AD, AF, AM, SL, AJ, DA, RG, IP, EV) [Também no Uruguai e na Argentina: pelego (DESU, NDUR, NVCR VCOR)]. u FRAS: correr a pelego (SL): repe- lir, afugentar com facilidade; dar ou jogar o pelego (SL): arriscar-se, pôr em risco a própria vida; garantir o pelego (SL): assegurar a sobrevivên- cia. // Pl. pelegos - Arreios, avios de montaria (SL, RG). PELEGUEAR (BRAS)
▪ PELEADOR (BRAS) Adj. - Brigador. Diz-se de indivíduo sempre disposto a envolver-se numa →peleia.
▪ PELADO (BRAS) Adj. - Diz-se de in- divíduo que não tem dinheiro nem dispõe de um meio de sobrevivência. // Diz-se de algo sem pelo e de um lugar sem pasto. u FRAS us. para re- ferências a pelado (na 2ª acep.): como cu de macaco; como joelho de touro; como pátio de escola.
▪ PEDRADA (BRAS) S.f. - Arremesso de uma pedra em certa direção. // Golpe desferido com uma pedra.
▪ EDERNEIRA (BRAS) S.f. ANT DES - O mesmo que pedernal. // Pl. pe- derneiras ANT DES - antigas armas de fogo, assim chamadas porque eram acionadas por pedras (as pederneiras ou pedernais) destinadas a produzir faísca e a detonar a pólvora (SL).
▪ e divertimentos em dias de festas po- pulares na campanha/sul-rio-granden- se. // Grande toldo – elevado, susten- tado e mantido por varas, - destinado geralmente a abrigar espetáculos cir- censes e seus respectivos espectado- res. // Bandeira ou estandarte de uma entidade pública nacional, provincial ou departamental, de uma corporação militar ou de uma entidade civil.
▪ PAVILHÃO (BRAS) S.m. - Tenda, car- pa, barraca. Lugar reservado para abrigar o público envolvido em jogos
▪ PAULADA (BRAS) S.f. - Pancada dada com pau ou porrete. // Batida, →pe- chada dada com muita força.
▪ PAU-D´ÁGUA (BRAS) Adj. - Diz-se de indivíduo que vive embriagado. Bê- bado, cachaceiro, alcoólatra.
▪ PATRÍCIO (BRAS) S.m. DES - Trata- mento cerimonioso dado antigamente a um conterrâneo ou compatriota (SL).
▪ PATRONATO (BRAS) S.m. ANT DES - Instituição de caridade destinada a manter ou asilar menores órfãos, deficientes físicos, pessoas velhas e desvalidas ou pedintes de rua.
▪ PATRONA (BRAS) S.f. - Nome dado pelos peões de uma estância à esposa do patrão (na forma La patrona) (JH). // Forma através da qual o homem do campo também se refere à pró- pria esposa – ou patroa. // Padroeira, protetora, defensora de uma causa ou instituição.
▪ PATROA (BRAS) S.f. - Nome dado pelo homem do campo a sua mulher – esposa ou companheira, mãe de seus filhos.
▪ PAVONADA (BRAS) S.f. - Fanfarrice. Demonstração de vaidade, presun- ção, ufania.
▪ PAVONADA (BRAS) S.f. - Fanfarrice. Demonstração de vaidade, presun- ção, ufania. PAVONEAR-SE
▪ ses tipos de pealo – fiquem presas as patas dos animais pealados. u FRAS: errar o pealo (fracassar, sair- se mal de uma investida); passar o pealo (enganar, iludir, lograr) [voc. us. c/PLAT: peal ou pial (DESU, NDUR, NVCR, PVRC, VCOR)]. PEÃO (BRAS) S.m. - Em
▪ PEALO (BRAS) S.m. - Ato de pealar: prender pelas mãos um animal em movimento, com o →laço, estando o laçador a pé (SL, RG). VAR admiti- da em VABL: pialo. l COST: o pealo pode ser: de cucharra (num golpe de laço dado por baixo das mãos do ani- mal a ser pealado); de sobrecostilha (num lançar de laço sobre as costelas do referido animal); e de sobrelombo (num soltar o laço sobre o lombo de tal animal), de modo que – em todos
▪ PEÃO (BRAS) S.m. - Empregado de →estância. Trabalhador rural que se dedica a tarefas características da vida campeira (JH, JV, AF, AM, SL, DA, RG, FP, IP, EV) [Também no Uruguai e na Argentina: peón (DESU, NDUR, PVRC, VCOR, VRDG)].
▪ entre duas pessoas (peito a peito, na origem da expr.), entre uma pessoa e um animal, entre um animal e outro, ou com coisas ou entre coisas (PA, AF, SL, RG, FE, CM, IP). // Resultado de uma ação, própria das lides rurais: a de fa- zer um cavalo bater e empurrar com o peito um outro animal, geralmente vacum. // Pedido extemporâneo de dinheiro ou de empréstimo // Us. na expr. às pechadas: aos encontrões [voc. us. geralmente c/PLAT: pechada (DESU, NDUR, PVRC, VCOR)]. u FRAS: dar uma pechada (abalroar alguém ou alguma coisa); levar uma pechada (receber pedido de empréstimo de di- nheiro ou de alguma coisa útil).
▪ PECHADA (BRAS) S.f. - Topada, en- contrão, abalroamento. Batida frontal
▪ PECHINCHA (BRAS) S.f. - Ganho, van- tagem, lucro inesperado e, geralmente, imerecido. // Compra feita por preço in- ferior ao pedido ou oferecido (RG).
▪ PEÇUELOS (BRAS) S.m.Pl. - Alforjes usados para carregar, a cavalo, roupas e objetos de uso pessoal (SL) [noutra acep., us. c/PLAT: pezuelo (DRAE)].
▪ PEÇUELOS (BRAS) S.m.Pl. - Alforjes usados para carregar, a cavalo, roupas e objetos de uso pessoal (SL) [noutra acep., us. c/PLAT: pezuelo (DRAE)].
▪ pé de moleque (doce feito com rapadura e amendoim torrado - EV
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