O ensino da história universal
nas chamadas escolas médias ainda hoje muito deixa a desejar. Poucos professores
compreendem que a finalidade do ensino da história não deve consistir em
aprender de cor datas e acontecimentos ou obrigar o aluno a saber quando esta
ou aquela batalha se realizou, quando nasceu um general ou quando um monarca
quase sempre sem significação, pôs sobre a cabeça a coroa dos seus avós. Não,
graças a Deus não é disso que se deve tratar.
Aprender história quer dizer procurar e
encontrar as forças que conduzem às causas das ações que vemos como
acontecimentos históricos. A arte da leitura como da instrução consiste nisto: conservar o essencial, esquecer o dispensável.
Foi talvez decisivo para a minha vida
posterior que me fosse dada a felicidade de ter como professor de história um dos
poucos que a entendiam por esse ponto de vista e assim a ensinavam. O professor
Leopold Pötsch,
da escola profissional de Linz, ealizara
esse objetivo de maneira ideal. Era ele
um homem idoso, bom mas enérgico e, sobretudo pela sua deslumbrante eloqüência, conseguia não só
prender a nossa atenção mas empolgar-nos de verdade. Ainda hoje, lembro-me com doce
emoção do velho professor que, no calor de sua exposição, fazia-nos esquecer o
presente, encantava-nos com o passado e do nevoeiro dos séculos retirava os
áridos acontecimentos históricos para transformá-los em viva realidade. Nós o
ouvíamos muitas vezes dominados pelo mais intenso entusiasmo, outras vezes
comovidos até às lágrimas. O nosso contentamento era tanto maior quanto este professor entendia que o presente devia ser
esclarecido pelo passado e deste deviam ser tiradas as conseqüências para dai
deduzir o presente. Assim fornecia ele, muito freqüentemente, explicações para
o problema do dia, que outrora nos deixava em confusão.
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